quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A Petrobras e o Palmeiras

Pediram para eu escrever sobre a Petrobras, empresa brasileira que está afundada em um mar de lama, já quase atingindo o pré-lodo. Disse ao chefe para me incluir fora disso, pois gosto mesmo é de escrever sobre futebol. Não teve jeito! O chefe argumentou que eu sou versátil, que me paga muito bem e que o assunto do momento é a Petrobras. Feliz por saber que o chefe me acha versátil e, após um ataque de risadas sobre ele me pagar muito bem, resolvi tomar um Cynar e escrever sobre a estatal petroleira. Mas o fato é que eu ainda estava influenciado pela palestra do Zé Roberto, que quase me fez virar palmeirense, e estava com o time do ex-Parque Antarctica na cabeça. Na verdade eu estava mesmo era querendo escrever sobre o Palmeiras, que agora seus jogadores descobriram que é grande. Aleluia! A Petrobras é uma grande empresa, assim como o Palmeiras é um grande clube. Nos últimos tempos, porém, as duas instituições vivem em crise. Na empresa brasileira houve problema de gestão, contaminação política e ação devastadora de ladrões internos e externos que desviaram bilhões de reais. Por conta disso, a Petrobras, que estava na primeira divisão das empresas mundiais, foi rebaixada para a segunda, para a terceira e, segundo os institutos que fazem avaliação econômica, perdeu valor de mercado, confiabilidade e credibilidade. Tudo isso já a partir da primeira gestão do presidente Lula que, com seus aliados políticos, infiltrou corruptos na empresa. Além da roubalheira, houve maus negócios que provocaram rombos enormes nas finanças, feitos diante da barba do presidente Lula e do rosto bem maquiado da presidente Dilma. No Palmeiras não houve desonestidade e nem desvio de dinheiro, pelo menos até onde se sabe. Não há como se colocar em dúvida a honradez de um homem como Luiz Gonzaga Beluzzo, por exemplo. O que houve também foi má gestão, incompetência e maus negócios. Assim, um time acostumado a vencer e a grandes conquistas, há muitos anos não ganha nada, caiu para a segunda divisão, voltou aos trancos e barrancos e no ano passado terminou a temporada com um pé na cova, salvo apenas graças ao Santos F.C. que o puxou pelas pernas no último momento. Santos F.C. que, diga-se de passagem, a exemplo da Petrobras, também teve suas finanças corroídas por má gestão, maus negócios e, ao contrário do Palmeiras, há fortes indícios de que o clube também foi roubado. Mas a comparação com o Palmeiras é por conta da notícia que passou a ser divulgada a partir de segunda-feira (2), de que a presidente Dilma Rousseff vai demitir a presidente da Petrobras, Graça Foster, e toda a diretoria executiva da empresa. Enfim, vai fazer uma completa reformulação. Antes tarde do que nunca! E esta decisão, que deveria ter sido tomada há muito tempo, fez com que a empresa voltasse a respirar de novo: o mercado financeiro aplaudiu e as ações, que estavam mais desvalorizadas do que a moral do PT, tiveram alta na bolsa de valores em dois dias consecutivos. No Palmeiras, logo após o quase rebaixamento no início de dezembro, o presidente Paulo Nobre iniciou uma completa reformulação no time. Contratou um novo técnico – Oswaldo de Oliveira – e até o início desta semana havia contratado 18 novos jogadores. Resultado: desde o início desta reformulação, o Palmeiras recuperou a credibilidade diante de sua torcida, que é imensa, e em pouco mais de um mês aumentou o número de sócio-torcedores para mais de 80 mil, passando o Corinthians e ficando em terceiro lugar, atrás apenas de Internacional e Grêmio. E em seu jogo de estreia no Campeonato Paulista, contra o xoxo Audax, levou mais de 25 mil pessoas ao seu belo estádio Allianz Parque. Na Petrobras, a reformulação é mais complexa. Segundo as primeiras informações, Graça Foster, que foi revelada nas categorias de base da empresa, ou seja, é funcionária de carreira, será demitida no início de março, junto com toda a sua diretoria. Um novo presidente será anunciado nos próximos dias e espera-se que caiba a ele a decisão de escolher sua equipe de trabalho. Se a presidente Dilma ficar ouvindo o ex-presidente Lula, deputados e senadores para a escolha do novo presidente e diretores da Petrobras, a empresa vai continuar caindo de divisão. Moacyr Custódio

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